Advogado Especializado: guarda-chuva amarelo em meio à estatística

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O mundo físico ainda existe, é claro, mas nossa relação com ele está mudando fundamentalmente. Observe que, para muitos de nós, as memórias não estão mais em nossas cabeças: estão enterradas em nossos smartphones. Por meio das redes sociais, nossos relacionamentos estão cada vez mais digitais, não analógicos, e nossa comunicação é quase totalmente digital. Estamos mudando rapidamente o filtro por meio do qual lidamos com o mundo a partir de uma perspectiva física com base material para uma perspectiva baseada na informação e no conhecimento.[1]

Em novembro de 2016, o Brasil chegou a marca de 1 milhão de advogados, segundo dados do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. De acordo como IBGE, o país tinha quase 207 milhões de habitantes em novembro de 2016. Isso significa que 0,5% da população brasileira já era formada por advogados no referido ano.

Fazendo um comparativo com outras profissões, o Conselho Geral de Psicologia, por exemplo, apontou que há 309.012 psicólogos, dados atualizados em 2018. Já os contadores mais técnicos de contabilidade totalizavam 536.240 em 31 de dezembro de 2016.

Contudo, onde uns veem desespero, outros identificam o guarda-chuva amarelo [2] em meio a estatística. O profissional que está disposto a aprender e a manter-se informado, favorece significativamente as chances de progredir em sua carreira. Constata-se que o mercado de trabalho, com a globalização, está em constante mudança e, diante deste cenário, vem apresentando diversas oportunidades de carreiras e funções.

Ocorre que, apesar de ser importante conhecer as mudanças exponenciais, mais importante é usar a tecnologia em favor de sua atuação. Para fazer a escolha certa e construir uma carreira profissional de sucesso, claro que é preciso ter uma visão global de tudo que está acontecendo, entretanto, não será assertivo se não for possível alcançar o mercado.

Em primeiro plano, então, necessário que o advogado também se torne digitalizado e disruptivo, assim como empresas tem buscado fazer. O cliente, nesse novo mercado, não prioriza mais páginas e páginas de apresentação do seu escritório. Geralmente, ele já quer o seu serviço, só precisa de uma proposta acessível, concisa e rápida.

No segundo plano, utilizando-se dessa digitalização, é possível tornar-se mais especializado. Aqui, então, é a verdadeira transformação, não ser generalista das inovações. Para exemplificar, o cliente do mercado de criptomoedas, por exemplo, irá querer saber se pode ou não constituir fundo de investimento no Brasil, quais as opções para abertura de empresa em outros países, qual a regulação do referido país para a matéria, como se dará o cálculo da distribuição de dividendos, como se dará a incidência do imposto de renda e quais os contratos empresariais adequados às relações oriundas do respectivo modelo de negócio.

No exemplo, retromencionado, percebe-se que o conhecimento, aparentemente periférico, não será suficiente para que o cliente obtenha a referida proposta de honorários em dez dias. Assim, primordial não confundir o atual paradigma baseado em informação,que interliga a inovação com o conhecimento tradicional, com a ausência de profundidade para resolver problemas-chaves em curto espaço de tempo, uma vez que o aumento de eficiência é a estratégia dominante para se obter vantagens competitivas e se tornar o guarda-chuva amarelo em meio à estatística.

Portanto, inicialmente, busque simplificar sua relação com o cliente. Posteriormente, tente conhecer e saber mais sobre novas tecnologias. Contudo, reflita como o seu conhecimento sobre determinada matéria (direito do trabalho, empresarial, tributário, imobiliário etc.) poderá ser melhor aproveitado na interdisciplinaridade com uma das novas áreas aprendidas e estude de forma a não ter conhecimento periférico sobre a nova habilidade que está disposto a desempenhar.

[1] SALIM, Ismail; MARLONE, Michael S.; GEEST, Yuri Van. Organizações exponenciais: por que elas são 10 vezes melhores, mais rápidas e mais baratas que a sua (e o que fazer a respeito); tradução de Gerson Yamagami. – São Paulo: HSM Editora, 2015. 31 p.

[2] Analogia à simbologia do guarda-chuva amarelo da série “How I MetYourMother”.

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