Vemos muitos advogados queixando-se da concorrência e da saturação do mercado de trabalho. Mas será que ele está mesmo saturado? O que acontece, na verdade, é que estão todos fazendo absolutamente tudo igual – tentando abraçar todos os nichos de mercado, praticando honorários que não remuneram o trabalho, sem construir sua autoridade em nenhum tema.
Por outro lado, muitos advogados simplesmente não sabem em que área se especializar e temem acabar fazendo a escolha errada. Outros tantos, atuantes em cidades do interior, julgam não ser possível ser especialista em locais com poucos habitantes.
O primeiro ponto a ser analisado quando falamos em especialização é a afinidade. Normalmente nos identificamos mais com uma área do direito do que com outra e é por aí que deve iniciar o afunilamento com relação a área de especialização, por exemplo: Direito Civil, Direito Penal ou Direito Administrativo. Via de regra, todo advogado começa a se identificar mais com alguma dessas maiores áreas do Direito, para daí então ir segmentando o que prefere, o que já é um grande passo no início da advocacia.
O segundo ponto é a análise da demanda e oferta. Nesse aspecto, alguns tópicos devem ser levantados:
- A advocacia vai ser exercida de forma presencial ou virtual?
- Caso seja presencial, na região escolhida há demanda nessa área?
- Caso seja virtual, qual o tipo de público que será atingido? Esse público realmente contrataria os serviços de forma remota?
Nesse aspecto, podemos ressaltar que mesmo em cidades de interior com poucos habitantes existem demandas de ordem familiar, criminal, consumerista, entre outros. Entretanto, o que interessa neste caso, é que o advogado construa a sua autoridade embasada em alguma especialização, para que a população o reconheça como um bom advogado naquele tema, o que não exclui a possibilidade de que ele atue em algumas outras áreas afins da escolhida.
A especialização, além de uma questão de aperfeiçoamento e melhoria dos conhecimentos de Direito Material é também uma estratégia de posicionamento de mercado para alcançar o público-alvo.
Vale ressaltar ainda que não há problema em mudar, mesmo que o advogado se especialize em alguma área e perceba, algum tempo depois, que não possui tanta afinidade assim com o tema ou descubra alguma outra área que lhe traga mais encantamento. Não existe regra quando falamos em profissão e precisamos sinceramente ter empatia pela área que escolhemos atuar. O importante é criar uma estratégia de posicionamento que não prejudique a autoridade já conquistada.
Importante lembrar que somos mais de 1 milhão de advogados no Brasil e que, se antigamente a especialização não era tão adotada pelos juristas, hoje passou a ser praticamente requisito obrigatório para destaque no mundo do Direito, isso porque a quantidade de advogados há 20 ou 30 anos era infinitamente menor, em virtude da dificuldade de acesso à universidade e do número reduzido de faculdades de Direito existentes à época.
Sendo assim, percebemos que ser especialista nos dias de hoje é uma forma de se destacar na advocacia, definindo um nicho, uma área de atuação e um público alvo para construção da autoridade e domínio do mercado.
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