Confira um bate papo com uma empresária e uma advogada que alcançaram o sucesso no universo jurídico. Elas nos contam sobre os desafios enfrentados e as conquistas que alcançaram
Ser mulher é sinônimo de pluralidade. Ainda mais quando se trata de desempenhar vários papéis e funções numa rotina diária. Muitas empresárias também assumem o papel de donas de casa. Servidoras públicas, advogadas e executivas de empresas fazem um verdadeiro malabarismo para de andarem no compasso do relógio com os compromissos sociais, profissionais e familiares.
No Dia da Mulher é impossível deixar de falar sobre a luta pela igualdade entre os sexos. Esse cenário é simbolicamente importante quando se fala em advocacia e empreendedorismo. São duas áreas que por muito tempo foram dominadas apenas pelos homens.
Embora o papel da mulher na sociedade venha se tornando cada vez maior e melhor, ainda existem muitos desafios a serem enfrentados.
Nesse contexto tivemos um bate papo com uma empresária e diretora da Aviso Urgente, Maria Afra das Chagas e Santos, e com a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB Goiás, Manoela Gonçalves. As duas nos contam sobre como é atuação da mulher em um universo jurídico. Confira:
Maria Afra – empresária e diretora administrativa da Aviso Urgente
– Como a senhora analisa a trajetória da Aviso Urgente, sendo uma mulher no seu comando?
Vivemos em um universo preconceituoso. No Brasil a mulher é tida como um ser inferior. Mas a mulher já conquistou o espaço dela na sociedade e provou que ela é capaz intelectualmente.
Somos seres humanos iguais, com total capacidade e prontos para enfrentar os desafios, seja, num escritório ou em qualquer outra atividade.
– Como é ser uma mulher empreendedora em meio a esse universo jurídico?
Ser empreendedor é nascer com o talento ou aprender ser. Eu acho que nasci empreendedora. Quando se nasce com isso o dom está dentro de você, de forma intrínseca, daí a gente não vê as dificuldades.
A gente não se dá ao luxo de parar diante de um obstáculo. A gente passa por cima das dificuldades para conseguir empreender.
Tinha uma ideia nova e uma necessidade. Isso se juntou com esse fator de eu ser empreendedora e a necessidade de estar à frente de um empreendimento. Uma coisa favorece a outra.
A mulher é um ser múltiplo que faz muita coisa ao mesmo tempo e quando se é empreendedora ela faz mais coisas ainda. Ela persiste, luta, não para diante das dificuldades. O ser humano precisa ir mais além e a mulher é mais determinada.
– Diante de sua experiência, lidando diariamente com a advocacia, como a senhora percebe que a mulher tem ocupado seus espaços nos escritórios?
Tem muitos escritórios grandes e de destaque que as mulheres estão a frente e com sucesso. Isso prova que o ser humano está no mesmo patamar. A mulher por ela ser mais persistente, ela consegue ir além.
Somos detalhistas e somos batalhadoras. Acho que temos como evoluir muito mais. Somos mais organizadas, persistentes e batalhadoras.
– Quais características do universo feminino que agrega qualidade ao trabalho na advocacia?
Quando se tira o preconceito todos passam a tratar a mulher como um ser muito capaz.
Se tirar o preconceito da nossa frente, eliminar esses obstáculos postos, nós vamos evoluir muito, temos características que só nos ajudam a ser boas em tudo, desde o lado familiar ao profissional. Só precisamos que guardem os seus preconceitos e nos deixem seguir.
Manoela Gonçalves – presidente da Comissão da Mulher Advogada
Embora o número de advogados (449.594 mil) e advogadas (502.630) sejam muito próximos, a senhora acredita que o espaço na área do Direito ainda é dominado pelos homens?
Hoje, somos mais de 50% do total de advogados inscritos nos quadros da OAB e não ocupamos 50% dos cargos de chefias, a exemplo da própria OAB, dos 27 conselhos seccionais, um é presidido por mulher.
– A presença da mulher no universo jurídico, seja como advogada, juíza ou promotora, provocou que tipo de mudanças?
Isso fez com que vários paradigmas fossem rompidos, já que gradativamente a mulher vem ocupando o seu espaço profissional superando, assim, a desigualdade de oportunidades e se estabelecendo pelo seu trabalho e pela sua competência.
– Temos ainda que avançar na igualdade de gênero na advocacia? Nos conte como a senhora tem atuado em defesa da mulher advogada ao longo de sua carreira?
Temos muito o que avançar, já somos mais de 50% e ainda não temos mulheres ocupando a metade da mesa! Além da desigualdade salarial decorrente tão somente da questão de gênero.
A minha carreira e a defesa da mulher advogada caminham juntas, uma vez que exerço à docência há 3 décadas, representei a classe da advocacia desde 1988 quando fui eleita ao cargo de conselheira da OAB, ocupando por mais dois mandatos os cargos de segunda Secretaria, hoje Secretária-geral Adjunta, e Diretora-Adjunta da Escola Superior de Advocacia – ESA e agora a frente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/GO, assim como presidi por 6 anos a comissão de Goiás da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica – ABMCJ e pelo triênio 2017-2019, fui eleita vice-presidente da ABMCJ Nacional.
– Existe alguma conquista importante da mulher advogada que você gostaria de destacar?
Recentemente, isso no ano de 2016 instituído pelo Conselho Federal como o “Ano da Mulher Advogada, tivemos várias conquistas, merecendo destaque duas significativas: 1) A lei 13.363/16 que estipula direitos e garantias para a advogada gestante, lactante, adotante ou que der à luz e a aprovação do Plano de Valorização da Mulher Advogada.
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