Bons Frutos! Mas e o financeiro?

Gestão financeira

Prezado advogado, quando ouve falar em gestão legal o que vem a sua cabeça?

Provavelmente o pensamento seria: um indivíduo que acha que conhece o meu negócio, o meu dia a dia, os meus clientes, querendo dar “pitaco” onde não foi chamado.

Não é difícil pensar desta forma, afinal há quanto tempo e a que penas sua banca cresceu, o que um profissional de outra área sabe sobre a sua área?

Na verdade o que sabemos sobre a sua área é o que lemos ou vivenciamos como “leigos” e é por esse motivo que a participação dos criadores do negócio é de total importância.

O que sabemos são técnicas e formas de melhorar o ambiente interno, influenciando o externo, potencializando seus ganhos e lhe deixando livre para advogar.

Afinal, não é essa a sua praia?     

O crescimento do mercado jurídico está previsto para mais de R$3 bilhões por ano, isso quer dizer que o advogado que deseja abocanhar uma fatia deste valor deverá se preparar, não só individual e setorialmente, mas no coletivo. Organizar de forma coerente pessoas, com processos, procedimentos e realizações para atender as necessidades do mercado.

A gestão legal focada nesse conceito trabalha basicamente com quatro pilares: pessoas, produção, marketing e finanças.

Falaremos, nesse primeiro momento e de forma bem simples, sobre o “bicho de sete cabeças”: Financeiro!

A primeira conversa então é bem voltada para o marketing e relacionamento, mas que fará total diferença no direcionamento financeiro da banca.

Entender a visão, a missão, os valores da banca, mesmo que eles não estejam escritos, o dia a dia e os anseios dos que a compõem revelarão condições descritas como: a unidade do negócio, onde a banca está situada no momento, para onde deseja seguir, o que está sendo feito, quais as capacidades e instrumentos que podem ser utilizados e em seguida, quanto isso custará.

O pilar financeiro é uma questão delicada, em tese não se quer dividir o que se tem, especialmente se considerado todo empreito para se chegar onde está.

O dinheiro dos sócios é a parte que buscaremos resguardar neste pilar, mas não esqueçamos que para chegar nele muitos aspectos financeiros precisarão ser identificados e analisados. Comecemos por um fluxo de caixa diário de entradas, saídas e saldos, não importa o montante, tudo, cada centavo deve ser relatado, assim mesmo que rapidamente se terá uma noção de quanto à banca dispõe. Passemos estas informações para um plano de contas, que nada mais é do que classificar as receitas e despesas em agrupamentos que permitam saber o montante empenhado, uma visualização clara de números em informações. Em seguida configure essas informações de forma que possa ver os resultados, mais usualmente na forma de um DRE financeiro, onde se trabalhará com o regime de caixa.

A junção das contas em seus devidos lugares, bem como a visualização dos resultados, permitirão aos sócios tomar decisões mais assertivas.

As entradas de numerários compõem uma parte interessante no processo. Nem tudo que entra é receita, os honorário o são, mas o reembolso de despesas, os retornos de investimentos, os montantes de clientes que podem ser recebidas no escritório, são apenas entradas.

Receita é o que vem da operação. Um dado importante neste contexto é identificar os tipos de receitas: contratos de partido ou mensal, por êxito, os pontuais ou avulsos, por hora, por fase, por manutenção, por ato e assim por diante. Essa segmentação por tipos garantirá uma análise de onde os esforços devem ser empregados e posteriormente a rentabilidade pelo tempo a disposição para aquele cliente.  Uma análise paralela também poderá ser feita identificando quais áreas trazem quais tipos de contrato.

A menina dos olhos da maioria dos escritórios são contratos de partido ou mensais, afinal dependendo da quantidade e do montante que somam, o escritório pode assegurar suas contas fixas. Mas cuidado!!! A formação do preço desses contratos deve ser bem regida, atentando-se para os custos das áreas e profissionais que atenderão tal demanda, bem como as despesas gerais do escritório, a tributação, a margem mínima de lucro desejada, não esquecendo dos limitadores e excedentes do contrato. Não basta apenas “achar” que o preço é justo, ele tem que pagar a operação e trazer rentabilidade!

Mas não foque seu negócio apenas em mensais, os outros tipos de contrato são os garantidores de fôlego ao escritório, são o que normalmente deixam o “advogado rico”. Se bem trabalhados tem uma margem de lucro bem mais atrativa! Só não esqueça de incluir na formação de preço o risco, o tempo de disponibilidade e o capital de giro para manter aquele processo por determinado tempo.

Os custos e despesas são a parte na qual serão gastos os maiores esforços, são neles que encontramos perdas. O controle exige rotina, procedimento e acima de tudo disciplina. Defina o que é fixo e o que é variável, optando por uma análise mais elaborada é interessante separar custos de despesas, considerar dados e opções reais.

Saber aonde e para que dinheiro foi usado, quanto se gasta com pessoas, com clientes, o que é ou não reembolsável faz toda a diferença na gestão do negócio advocacia. Ter ciência do emprego do dinheiro lhe dará a direção do lucro!

Uma boa análise é mensurar o resultado a partir de centros de custos, ou seja, identifica-los a partir de cada área de atuação do escritório. Esse sim é um passo gigantesco para quem deseja conhecer em detalhes sua operação e da sua banca. Assim é possível avaliar com riqueza de detalhes qual área é mais rentável, onde tem sobrecarga e quem efetivamente paga as contas.

A área finanças não lida apenas com mensuração de números, emissão de Notas Fiscais, pagamento de contas, mas se feita na devida organização, mostrará como ter lucratividade e rentabilidade no negócio, consequentemente dinheiro no bolso.

Aprender a identificar necessidades, coletar dados, transformá-los para serem armas na tomada de decisão e esse será o divisor de águas da sua banca. Pensar em gestão é garantir bons frutos não só para o dia a dia, mas especialmente para os anos que virão.

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 Danielly Manochio
Consultora em Gestão Legal, administradora especialista em finanças
e Fundadora da Manochio Vessoni Consultoria em Gestão.
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(Colunista)

Consultora em Gestão Legal, administradora especialista em finanças e Fundadora da Manochio Vessoni Consultoria em Gestão. InstagramLinkedIn

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